quinta-feira, 28 de julho de 2016

Já posso voar



Sou anjo que há muito perdeu a sua asa
Vivo algures na rua
A minha nova casa!
Vivia num lar chamado orquídea
Mulher espontanea
Mulher instantânea
Na hora de beber o meu sangue
Contra minha vontade, sem eu pedir
Como posso voar pelo céu
Não tenho a quem acudir
Não tenho onde dormir
Só peço que voltes a beber todas as partes do meu corpo
Desejo que minhas antigas asas voltem a ressuscitar
Que tuas asas possam suscitar a união de dois seres desfeitos
Mais uma vez refeitos de defeitos
Espero que me acolhas
Me recebas de braços abertos!
Que suportes assim todas as minhas taras e apertos
Se o fizeres também suportarei todas as tuas angustias
As transformarei em descontração
Basta apenas um cafuné no centro do teu coração
Olho com olho
Pena com pena
Adeus á tristeza
Olá orquidea amena
Vêm!
Vamos sobrevoar as ruas da cidade
Com tamanha intensidade como faziamos no passado
Tu a minha carente orquidea
Eu o teu parente
Teu anjo alado
Hoje e para todo o sempre
Sobre as tuas asas aninhado

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