O dia em que eu fui morto pelo amor
Olhos negros cor do carvão
Eu pude sentir dentro de mim a dor
Mas nunca maior que a desilusão de um coração partido
A dor do despertar do amor
Despertado em vão
Por vis mãos
Rita, cara bonita
A responsável por esta dor maldita
Que no meu peito grita
Tao aflita
Voz que dita
A véspera de uma desdita
2011 Escola Pintor Almada Negreiros
Chovia aguaceiros
Choravam se medos e receios
Ao lado da mentira
Eu pernoitava dias e dias
Nao, que culpa tinha eu
Pelo facto do meu coração gritar o seu nome
Que culpa tinha eu
De carregar um peso tão grande sobre os meus ombros
Nao queiram estar no meu lugar
Sentado no trono como se fosse um rei
Mas nao tendo ninguém em quem mandar
Pelo contrario, tinha alguém
Alguém que mandava em mim
Sem eu querer.
Sem eu consentir.
Sempre fui a favor daquela velha expressão
Por trás de um grande homem esta uma grande mulher
Foste grande. foste soberba, delineaste tudo ao pormenor
A tua magoa, a tua tristeza, que nem eram tuas sequer
Eram minhas, Minhas
Estas linhas que hoje escrevo
São minhas
Nao são ervas daninhas
Arrancadas in ex tremis
Nao sabes o que e estar a beira do abismo
Querer recuar mas ter o diabo sempre a empurrar
Sempre mais um bocadinho
Porque nao eras tu a atuar
Era eu a atuar
Era a minha deixa
Roubaste a minha deixa
E agora vou fazer queixa
E todos os meus exemplares estarão a venda em todas as feiras
Ate as freiras com quem convives
Vão querer comprar mais um
E mais outro
E mais outro
Na porto
Ouvi alguém cantar um dia
Quem perdeu
Foste tu só tu e nunca eu
Com certeza houve alguém que perdeu
Foste tu
Perdeste quem realmente dava tudo por ti
Dava a carne que tem dentro de si
Aquela carne comestível
Essa mesma eu dava tudo
Para que nao te faltasse nada
Mas tu e esse orgulho
Andam sempre de mãos dadas
Espero que as pessoas
Que as pessoas leiam
Que as pessoas se revejam
E percebam que nao e o amor que magoa
São elas que magoam
São as pessoas
Raparigas, rapazes
Mas nunca as esposas
Essas estão no altar
Nunca descem do seu pedestal
Passei noites em claro
A chorar e a perguntar
Porque e que tinha dado errado
E sem ninguém para me ajudar
Tive de fazer o luto sozinho
No fim do dia era eu contra o mundo
O mundo contra mim
E no fundo eu era só mais uma pedra no teu caminho
Eu sei que tenho razão nao tenho
Se estou a chorar
Estou, estou a chorar e nao me contenho
Nem vou conter nem mais uma lagrima
Vou chorar ate que o meu livro se faca surgir
Este livro ainda vai fazer correr muita tinta
Terá muita pinta e conteúdo
2012 escola pintor Almada negreiros
Como se costuma dizer mesmo
As grandes batalhas são dadas aos grandes guerreiros
Esta mesmo a tua frente
Sou um desses
Um desses guerreiros
Gente de palmo e meio
Viraste te contra pessoa que te amava
Preferiste querer ver a minha queda
Mas o que nao contava era que eu te desse a outra face da moeda
Uma aprovação tão doce para mim e para ti tão amarga
2013 Perguntaste-me para que escola eu ia
Eu respondi te, Rita, vou para a escola padre Antônio vieira
Enquanto a tua mascara caia
E me davas a entender que querias ir para mesma escola que eu
Francamente Rita, turismo para no fim acabares por optar por animadora sociocultural
Que bela porcaria, nao era o que dizias
Mas tão depressa arranjaste um substituto
E tão bem que me fazias
Mas tão bem
Mas quiseste assim
Ver o pior de mim
Uma mulher pode ser vingativa
Mas um homem nao pode
Porque já toda a gente esta a espera
Nao seria algo tão marcante
Uma amiga minha disse me
Se quebras a minha confiança
Eis que terás vingança
Eu esperei
Mandei uma mensagem a saber se contigo estava tudo bem
Olá João, estava a almoçar a essa hora desculpa
E eu aceitei
Porque eu queria acreditar que era verdade
Porque eu queria acreditar que nao tinhas culpa
Mas tinhas, e isso causa me uma espécie de repulsa
E estranho pensar que conhecemos as pessoas
E afinal nao são nada do que estamos a espera
Porque tu mudas
Porque tu mudaste
E tu nem calculas
O tamanho do buraco que criaste no meu coração
Comecei a escrever
Queria esquecer tudo o que estava a acontecer
Mas parece que as coisas em vez de melhorar só pioravam
Tinha ataques de raiva
Nao conseguia ir a praia
Porque sempre que ia a praia tinha de me vir embora mais cedo do que esperava
Eu mandei uma mensagem
Eu disse que ia morrer
Mas tu nao quiseste saber
Para tua infelicidade eu sobrevivi
Tive um ataque pânico
E estou aqui
Para te dizer que este meu lado satânico
Nao foi despertado só porque sim
Nunca vou esquecer
A maldade que me fizeste
Os boatos que espalhaste a dizer
Que eu era um cafajeste
O dia em que eu fui morto pelo amor
Tu nunca iras esquecer
Porque eu farei sempre questão de te relembrar
O quão atordoador foi
Em breve parte dois