Na minha pele

Na minha pele

O que eu estou a sentir

Que sou bom como o mel

Ai de quem desmentir

Na minha pele 

O que eu estou a sentir

Que sou mais amargo que o fel

Que a vida não me quer sorrir

Na minha pele

O que eu estou a sentir

Que bo tem mel

É uma música boa para dormir

Na minha pele 

O que eu estou a sentir

Uma cassete que se repete

Noites e noites sem fim

Na minha pele 

O que eu estou a sentir

Que o mundo é cruel

Só sabe matar e ferir

Na minha pele

 O que eu estou a sentir

O jogo do, pedra, papel ou tesoura

Felizmente já não tenho idade para me divertir

Na minha pele

O que eu estou a sentir

Um carrossel que tem pilhas Duraccel

Mais um pouco e acho que vou cair

Na minha pele

O que eu estou a sentir

Um hemangioma que me podia ter deixado com graves sequelas

A minha grande sorte é que chegaram bons médicos para intervir

Na minha pele 

O que eu estou a sentir

Aquela mulher é uma cascavel

Ela quando entra nos corações humanos é para nunca mais sair

Na minha pele 

O que eu estou a sentir

Uma grande vontade de molhar o pincel

Agora a sério, uma grande vontade de rir para não chorar

O monstro do Hip-hop

Sou um monstro do Hip-hop

Tentem não mexer comigo

Senão já sabem que vão ter que levar com xarope

Sabe a óleo de fígado de bacalhau

É óbvio que vou ser eu a ganhar esta batalha

Em mãos tenho o essencial, uma folha e uma caneta

Não permito aos outros uma falha quanto mais a mim mesmo

Quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga

Sou como um ursinho animado que quando se carrega no botão começa a debitar cenas à toa

Não tenho tempo a perder, só eu sei o quanto o tempo voa

Vão para o caralho, ao contrário de vocês eu sei o quanto valho

Sou vazo ruim que não quebra

Como o vinho do porto

Quanto mais velho melhor

Tenho óculos

Uma cicatriz na cara

Uma marreca que não lembra nem ao menino Jesus

Sou calmo e pacato até me pisarem os calos

Não posso agradar a gregos e a troianos

Vejo isso na rua

As pessoas olham-me de lado

Eu passo por elas

De consciência tranquila

Sou só um pouco revoltado

Onde quer que eu esteja até faço fila

Mas eu não sou o Brad Pitt

Sou o novo Dread Que lançou o Hit da semana

Sou o monstro do Hip-hop

Ninguém daqui consegue acompanhar as minhas rimas

Sejam elas ricas ou pobres, a verdade é que eu estou no top

À espera de alguém que me diga que eu estou a pedi-las

Mas enquanto esse dia não chega eu vou escrevendo até a mão me doer

Gritar até ficar rouco porque eu não nasci para ficar amordaçado

Eu melhor que ninguém sei o quanto a vida é injusta, o quanto um desgosto pode fazer o ódio crescer

O tempo cura todas as feridas uma merda, ele só me deixa mais inspirado

Sujo as mãos no amor

Limpo-as à poesia

Com muita cortesia

Sou o melhor atirador

O Monstro da poesia

Posso ser o maior pesadelo

De quem quer a minha caída

Ter a maior pedra de gelo no coração

Não queiram tocar nos meus

Aí o caldo fica todo entornado

A partir desse momento não será mais um até já

Mas um adeus, há uma linha que separa o suportável do insuportável

Vou vos ensinar a ter maneiras fodasticamente foda

Regras de convivência 

Chegou? Cumprimenta

Vai embora? Despeça-se

Te fizeram um favor? Agradeça

Não é seu? peça permissão

Você tem? Compartilhe

Você não tem? Não inveje

Você errou? Peça desculpas/ perdão

Estão falando com você? Escute

Te emprestaram algo? Devolva-o

É assim tão difícil entender?

Que para o mundo mudar 

Todos nós, sem excepção temos de mudar a nossa forma de ser e estar? 

Vão se foder

Seja forte e corajoso!

Seja honesto
Jogue limpo
Um gesto
Um sorriso

Não tenha medo
Encare o inimigo
É muito cedo
Para se dar por vencido

Mostre a sua força
Use-a antes que seja tarde demais
Você tem toda uma vida pela frente
Se eu cair, vou levantar

Seja escuro
Cometa um crime
Caia num buraco sem fundo
Como se tudo isso não passasse de um filme de terror

Amor de Mãe

Outono outono meu leite morno
Quero beber você golo por golo
Como só eu sei, amparar seu choro
Isso é amor de mãe meu garoto
Isso é amor de mãe
Isso é amor de mãe
Isso é amor de mãe
Outono Outono meu leite morno
Sabe sempre bem no ponto
Eu estou mais do que pronto
Para ver as folhas a cair ao redondo no chão
Isso é amor de mãe
Isso é amor de mãe
Isso é amor de mãe
Isso é amor de mãe
Folhas que caem
Árvores caducas
Folhas que saem
Árvores nuas
Foi assim que o ensinei meu bem
Isso é amor de mãe
Isso é amor de mãe
Isso é amor de mãe
Isso é amor de mãe

Eu vou à luta

Foi para isto 
Que eu nasci
Está escrito 
No meu boletim

Lutar até ao fim
Não acredito no destino
No que depender de mim
Eu vou sair daqui vivo

Se tiver de ir à luta, eu vou
Se tiver de levar tareia, eu levo
Se tiver de dar tareia, eu dou
Se tiver de esfregar na sua cara todo meu sucesso, eu esfrego

Porque eu sou assim
De cabeça quente
Se roubarem uma flor do meu jardim
Eu atiro-me de frente