terça-feira, 31 de maio de 2016

inveja?


Nem das pessoas na normalidade da sua residência
Nem dos quantos que vivem da aparência
Nem dos navegantes sem rumo, turistas do mundo
Nem desses vagabundos distantes do conceito sociedade
Invejo! 
O vento que sopra sem vestígio de lamento
Invejo! 
Na opera os quantos homens coordenados 
Invejo!
Todos os recompensados, recebendo ordenados limpos e justos
Invejo! 
Os sentimentos em conceito concreto
Tal como todos os actos inatos, discretos e indirectos
Invejo!
O afecto entre a mãe e o filho desde o corte do feto
Invejo!
O tocar, as carícias de dois pássaros
Que para ambos são desempenhadas com perícias soberbas
Aposto na vida não como uma realidade advertida
Mas sim como uma virtualidade cómica e divertida
Essas palestras prisioneiras e monótonas... 
Para quê? 
Quando podem ser pioneiras e autónomas
Como as regiões da madeira e dos Açores
Para que escrever em casa textos repletos de protestos
Quando todos podem fazer rebeliões com cartazes na rua
Eu só dou valor ao termo irreverente e alternativo
Recorrente à arte no seu esplendor imortal e vivo
Ao ser libertino e activo que eu pouco me revejo,
Mas ai!
Que tanto invejo.

solidao


Solidão?
Nunca ninguém a viu!
Já todos nós escutamos essa palavra
Dizem que é a cuja que nos conquista a pouco e pouco
Sem dar conta ela ganha um lugar central no coração
Da mesma forma que invade o nosso intimo
Incute desespero aflicção
Como um cancro que dia a dia mata
Nós consumimos a partir do momento que nos sentamos no banco do jardim a ver os passarinhos
É meio caminho andado para entrar numa relação tão obscura e solitária
Ela não escolhe faixa etária
Escolhe sim os frágeis corações
Entra e quando sai?
Nunca!
Ninguém escapa á sedução da dona...

sábado, 28 de maio de 2016

Sê tu mesmo!


Acorde!
Seja você mesmo!
Pratique o bem!
Não vê?
A beleza está nos olhos de quem a vê
e se forem com olhos de ver
então você que me observa não é cega
Você é uma óptima colega
Feio ou bonito
Importa é ter valor
Importa é ter estima
Importa é ser positivo
Praticar o bem 
Ser intuitivo
Fazer o correto na hora certa
Ser honesto com ou sem gesto
O que importa são pequenas acções
Ter um bom e não um grande coração
Não ser um sem noção
Ter a noção que todas as pessoas têm qualidades e defeitos
E se para todos os efeitos os defeitos predominarem
Sabes tirar proveito 
Saber jogar com as desvantagens e as transformar em pequenas miragens
Acorde
Seja você mesmo
Pratique o bem
Não vê?
A beleza está nos olhos de quem a vê
e se forem com olhos de ver
então você que me observa não é cega
Você é uma óptima colega





Palavras abulidas



Quero divulgar a poesia
Voam jornais e guardanapos com algumas mensagens escritas
Voam todas as obras anuais
As dobras voam e deixam em terra apenas pequenas sobras
Quero divulgar e difundir a poesia
Mas só faço velharias
Velharias que voam pelas romarias
Onde os senhores fazem eminentes orações
Entram por a dentro todas aquelas tralhas
Todos os rabiscos de um medíocre poeta
Expostas da forma mais humilhante
Caem no meio do chão
Os párocos pegam, levam os rabiscos e os queimam na fogueira
Pobre poeta
Pobre mensagem que não foi divulgada
Nem a chance de poder ser divagada....
Ao invés foi chassinada ! 
Nesse momento também um pedaço de mim morreu
Eu e aqueles rabiscos que só serviam de iscos para salvar o mundo
Não salvaram....
Não salvaram as frases, as palavras mais belas
Foram guelas!
E eu fui poeta amador
A poesia, as palavras que precisavam de ser propagadas, necessitavam um canto acolhedor
Não as levei á ribalta...
Não as escutei e hoje sinto a sua falta....
As pequenas velharias, essas mesmas patifarias
Esses trapos que não passaram de vulgares farrapos
Neste mundo da poesia
Foram negligenciados pelos padres , pela igreja
Já a palejar, Foram julgados e queimados na fogueira  
Sem ao menos poderem ser lidos
Ao invés junto comigo, abolidos


sexta-feira, 27 de maio de 2016

Sonhos homicidas


Hoje conto as horas
Hoje conto os dias
Pela noite fora
Sonho te encontrar em cada via
Sonho te encontrar em cada estrada
Sonho que és minha assassina
Até já tens processo, menina cadastrada
Contas as horas
Contas os dias
Para te encontrares comigo no mesmo passeio
Vens preparada pela calada
Espero todos os dias
Espero todos os meses
Espero todos os anos
Para me cruzar contigo na mesma estrada
E cruzo! me cruzo contigo enquanto conduzo nos meus sonhos
Eles me levam a alta velocidade
Os teus têm capacidade para matar
Têm capacidade para datar qualquer homicídio
Sonhos que vão para além de pesadelos, como tu!
Os sonhos ao teu lado são santos
E os meus ao seu lado são pequenos prantos

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Pecador



O amor começou
Com juras eternas
O tempo passou
Se foram as palavras
Os gestos se apagaram
Magoaram as ofensas
Foram imensas, como o buraco que tenho no coração ontem perfurado
Amor jurado mas não se cumpriu
O trato foi quebrado
Se suprimiu o amor
Diminuiu o valor
Diminuiu o desejo
Foi apenas um beijo
Hoje a traição virou tradição
Hoje te ofereço uma prenda
Tu dizes: oh jovem têm emenda
Fazer o que ? eu sou pior que a encomenda
Fui condenado
No banco dos réus julgado e condenado
Pequei e por aqui fiquei
Numa prisão de alta segurança
Quebrei a tua confiança
Já não há previsão de amor
Já não há esperança de levar uma vida como casal
Apaixonado
Apaixonada
Hoje traída
Hoje fui traidor
Tive uma recaída
Pecador
Vi um rabo de saia não havia mais saída
Senão trair
Subtrair um amor de anos
Fui o culpado
Só causei danos
Um amor que era assolapado
Acabar com o nosso amor foi obra
Hoje já nada sobra....

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Rainha


Sou teu rei
És minha rainha
Te devo amor
Me deves esse incomparável esplendor
Que trazes e que arrebatas
Desatas a impor leis
Eu como rei que sou acato todas as tuas ordens
Minha mulher te coroarei
Te levarei ao topo da glória
Tal como tu levarás o meu coração na tua memória
Tens na tua cabeça uma reluzente coroa
Eu tenho uma reluzente patroa
Tenho uma mulher que me impõe rédeas
Tens um homem que todas as manhãs te oferece orquídeas
Sou rei
És minha rainha
E não desistirei
Enquanto não fores minha
Rainha

terça-feira, 24 de maio de 2016

Sou homem feito!



Sou homem feito!
Hoje por fim saio da lama
Hoje me deito na cama
Montes de dias a dormir perto do parapeito
Montes de dias com fantasmas na minha mente
Montes de horas a ver filmes de terror e drama
Montes de horas a turturar o meu subconsciente
Noites e dias a chorar
Noites e dias a ter pesadelos
Noites e dias a orar e a implorar para que aquele não se torne o novo modelo a seguir
Acordo ás 3 da manha sobressaltado
O plasma ligado 
Assombrado pelos demónios do passado
Sabia que era errado
Devia ter escolhido ver um filme romântico
Mas ao invés elegi um filme de terror
Esta noite foi um horror
Me cobria debaixo dos lençóis ao passo que fazia uma avé Maria
Me lembrava tim tim por tim tim, cada cena
O bicho papão
O  homem todo fumado com cangrena
O interruptor que do nada se apagou
A alma do pobre que afogou as mágoas na bebida e não escapou
Derrapou sem tino na vida
São razões que cheguem para seu coração viver em constante aflição
Depois de tantos e tantos erros não aprendeu a lição
Mesmo com noites recheadas de tanto gueto, guerras e berros, não lhe serviram de nada
A esta alma penada nada serviu
A sua casa está assombrada
Ou então é bruxaria
Tomei comprimidos
Não eram curtos, eram bem compridos
Me salvaram de pestes negras e outros surtos
Me aliviaram
Foram a minha terapia
Iniciaram um escudo de protecção
Acalmaram toda a ansiedade que se gerava em volta do meu coração
Hoje finalmente estou curado
Tomei a vacina
Larguei aqueles filmes que me prejudicavam e que faziam parte da minha rotina
Tirei da minha cabeça a guilhotina e o menino jesus
Colhi uma cruz e a cravei na profundidade do meu coração
Essa cruz foi mais que protecção, foi a minha bênção
Largo todas as taras
Faço menção a coisas raras como o diamante que a amante carrega
Me distancio de todo o mau olhado
Hoje posso dizer que a cama que me deito é o meu braço direito
Tiro proveito em seu preceito 
Hoje posso dizer que aquele sonho a que me proponho, é leve, em contrapartida com os pesadelos que tinha na outra vida
Hoje sou homem feito
E o meu sonho produz o efeito desejado
Sonho com uma vida acima da média
Hoje sou craque em multimédia
Hoje sou craque da poesia e de todos os livros de fantasia
Hoje sou adepto de todos os filmes de terror
Vejo cada um com moderação já e não sinto qualquer alteração no meu estado
Continuo calmo tal como o Deus salmo
Faço do cujo pequenas passagens
E toco no fundo de cada um de vós com tamanhas mensagens
Já me deixei levar por grandes vícios, por coisas tão desnecessárias e banais ao ponto de chegarem a ser virais
Mas felizmente me curei de todo o mau olhado, orei, fiquei curado devido ao jurado que executei com muito agrado
Ri 
Chorei
Abri o olho
A vida convida
A vida é confusa
É uma festa
É difusa
É terna
Mas não eterna
Sim, a minha mãe!
Tal como os meus erros, não são eternos!
Eu sou sonhador
Sonho muito
E por vezes viro pecador
Tanto ato frutiuto
Eu acato com as consequências
Eu peço clemência
A tal que não atinge o vosso cérebro
Tenho consciência que só consta pura inocência
Que não há penitência para tal
O mal é errar
O mal é, não dar conta do caminho que se atravessa, uma vez que o ser humano vai com pressa
Nem pára pra pensar
Nem para com os seus entes queridos compensar os erros do passado
O mal é entrar no ritual e não sair na hora
Uma vez que entrou
Uma vez que se estreou
Não pode sair
Tenho de acatar todas as ordens
A constante luta
A permanente reza
A conduta a que se remete
A tal a que o poeta se preza
É um arrependimento
Com ou sem rendimento?
Com vencimento!
O poeta deve dinheiro
Ele parte o mealheiro e entrega o seu corpo por inteiro
Para quem diz que a vida tá preta então não... é tudo treta!
O homem se massacra, horas preso a uma algema
Ele delineia um estratagema para sair em liberdade
Ele espera o 25 de Abril
Podemos observar traços de um homem febril
Um homem que se estende, com o corpo todo feito numa lástima
O seu cabelo todo porco
Rezou a Deus todos os atos infames que cometeu
É ateu mas se submeteu a uma reza, implora a fauna e a flora
Implora uma vida digna
Implora a que se desvenda o enigma da vida, nessa alhada de vida em que se meteu
Depois de tanta sova que sofreu 
Depois de tantas horas a dar no creu
Depois de tanta precariedade
Finalmente para com o homem um pouco de dignidade 
Hoje com aspecto digno
Hoje finalmente fora do ritual maligno
Hoje já não deita mau hálito 
Foi o hábito constante que o levou a tamanha diferença
Hoje já tem crença pelo senhor
Que o salvou e tirou das ruas da amargura
Uma vida que durou, durou e que hoje se encontra em modo de rotura
O seu interior de caixão á cova
Hoje têm uma alma nova
Sou homem feito!










Diferente



Senhores
Faladores
Nos corredores 
Faladores
Aqui e em arredores
Faladores
Até nos Açores
Tantos e tantos faladores


Passa a mulher na rua
Toca de mandar piropos
Sem vergonha a gladiam
Incendeiam o seu coração
Eu a todo esse cenário sou indiferente
Ao contrário de vós eu sou diferente

Causo controvérsia
Sou homem sem paciência
Faço parte do grupo dos que sofrem inércia
Que marcam pela essência da palavra, diferente

À minha volta
Amarelo
Amarelo
Eu não
Sou diferente!
Eu sou avermelhado
Principalmente quando avisto uma mulher bonita e sensível 
Não como vós que se acercam e puxam sem dó a saia da mulher
Eu ao revés frente a frente com uma donzela fico corado
Não sou um qualquer
Nem tarado
Nem descarado
Nem demente
Muito menos um jovem de olhos azuis atraente
Eu sou homem igual a mim mesmo, diferente!

O reacender da paixão


Tens um coração que saltita
Tenho uma jóia em mente
Uma paixão bendita
Um apaixonado demente

Trago comigo um humilde sorriso

Trazes contigo um bilhete de ida e volta
Temos como destino de sonho, o paraíso
Somos dois pobres sonhadores à solta

Quando estou perdido no deserto

Sinto o meu coração a enfraquecer
Mas quando sei que estás por perto
Aí o meu coração volta a enaltecer

É nesse instante que os amados 

Há muito tempo de costas voltadas
Ao verem os seus destinos aproximados
Voltam a viver um lindo conto de fadas


segunda-feira, 23 de maio de 2016

desejo de uma vida eterna


O sol nasce
O sonho avança
O desejo cresce
Ficamos mais irrequietos que uma criança
Tal é o anseio de realizar o sonho
Tal é o receio que não se concretize
Marco uma reunião, o assunto não é união mas interesses que ambos temos em comum
Sento no banco e assento todos os cujos
A tarde chega, me reúno com todos os marmanjos
Queimamos os últimos cartuchos
Fazemos os últimos arranjos
Almejamos a vida eterna e todos os luxos
São estes os sonhos que desejamos que se tornem realidade
Colocamos na cara uma máscara
Fazemos uma bruxaria
Colocamos um galo na panela
Fazemos uma avé maria
E acendemos uma vela
Lançamos na panela um tenebroso feitiço
Fechamos as persianas e janela
E em volta do galo fazemos uma roda em forma de ritual
E quebremos assim o enguiço
 Para culminar erguemos a cabeça
 E em voz alta gritamos
Temos um desejo
Somo os homens da caverna
E este ritual não é nenhum cortejo
É o desejo de uma vida eterna


domingo, 22 de maio de 2016

Palhaçinho poeta



Poemas... não os faço só para dar nas vistas
Faço porque amo esta industria
Por outras palavras porque é o que fazem os artistas
Proclamam versos
E eu amo! amo proclamar versos!
Declamo porque me quero fazer ouvir e sentir
Quero que sintam as palavras que profiro bem no fundo do vosso coração
Quero que fiquem tocados aos bocados com os progressos que vou deliberando destes românticos versos
Não são cânticos, são estrofes e versos
Não são declamados por profes mas sim por alunos palhaços, desonestos e gatunos
Declamam versos sem vergonha
Declamam versos bem na ronha
Sou eu um palhacinho poeta
Que faz beicinho e larga petas
Petas que alcançam o vosso interior a pouco e pouco
Delibero em voz alta
Fico rouco sim mas feliz por ter conseguido o que tanto queria
Proclamar estes autênticos versos repletos de amor, parvoíce e alegria


Trabalho



Trabalho 
Trabalho
O sucesso custa
Quero ser famoso
Não posso ser de um dia para o outro
Custa levantar cedo
Querer a fama de bandeja
Não pode ser assim
Tenho de fazer por mim
Arregaçar as mangas
A luta começa
O alarme toca
Banho para abrir os olhos
E de seguida 
Trabalho trabalho
Mostro o que valho
Trabalho trabalho
Preencho o cabeçalho
Sou novo nestas andanças
A mim nem me dão 2 dias
Fico carregado de esperanças
Estarei á altura
Começa o dia de escritura
Eu escrevo para lucrar com isso
A mim os restantes fazem caricatura
Vou á conferência
Biliões de gente me pedem assinatura
Faço de bom grado
É este o meu ganha pão
Espero que com este trabalho seja beneficiado
A luta é longa
E enquanto não chegam as férias eu
Trabalho trabalho
Coloco as cartas no baralho
Trabalho trabalho
Mostro aquilo que valho
Não venho para brincar
Venho para vincar, para deixar a minha marca
É vida não é pêra doce
Trabalho custa 
Trabalho cansa
Trabalho cansa a vista
Cansa a entrevista
Serei o eleito
Serei o tal que lucrará com esse feito
Trabalho trabalho
Não para
O trabalho ampara
O trabalho sara as mágoas
O refugio
O escape
É o trabalho que impede que eu derrape
Duas, três, seis horas
Trabalho árduo
Não há tempo para descontrair
Não tempo para pensar em problemas familiares
O trabalho serve para abstrair, soltar toda a revolta
Trabalho
Trabalho
Valeu a pena cada minuto
Cada dilema hoje foi diminuto comparando ao que este trabalho proporcionou
Funcionou ás mil maravilhas
Trabalho
Meu grande sustento
Trabalho
Meu amamento
Trabalho
A todo o momento
A toda a hora
Trabalho
Trabalho
Enquanto impávido e sereno o mundo gira lá fora
Trabalho!





Dá-me o teu amor


Nunca te vi... Assim colada a mim
Estás fixada de tal forma que não tiras o olhar
Estás com vontade mas tens medo de falar
Será orgulho?
Será vergonha?
Nha cretcheu
Bu mereceu nha indiferença
Não quis avançar
Não quis alcançar o amor
E agora estou em mãos incertas
Cá dentro bates intensamente
Mesmo fingindo eu quero eu quero
Quero o amor que pede para ser correspondido
Acato o teu pedido
Não acatas o meu porque nha amor?
Será medo que carregas no ventre
Deixa que ele entre
Sim o amor!
Deixa o sentimento que carregas dentro de ti comandar
Enviar ou largar vai vêm
Vêm para me dar o amor
Que pedi
Que peço
Que pedirei
A qualquer preço
Serei teu amor
Serei teu amor..

Me matou


Bem de fininho
Ai de fininho
Tu chegas
Ai ue tu chegas bem de mansinho
Chegas, tu chegas e me aconchegas
Com um mantinha bem quentinha
Á nossa esquerda uma ventoinha que gira
Lança uma brisa tão fresquinha
Ai menina atrevida
Menina, menina da minha vida
Chegas e me convidas para a tua festa
Me dás beijinho na testa
Me sufocas com um só beijo na boca
Boca louca que enrola e me encurrala até á guela
Aquela buela me dá com pau na canela
Fico a ver mil estrelas
Não se toca
Não se toca
Me toca de um jeito sensual
Me ensina a fazer de igual para igual
Sabes eu sou pobre
Sabes não tenho manual de instruções
As minha funções já sabes quais são
Fugir cuidar e salvaguardar o meu coração
Ai Ai chegas de fininho
Dizes ,tenho fome quero provar o teu suissinho!
Lamento hoje esgotou só há danoninho
Tu dizes que não é deitar fora
Dizes é tão bom, é tão bom
É bom sim 
É bom sim
Prova, prova
Me aperta
Me dá sova
Acerta nos meus tomates
Vejo abacates a voar
A voar para Lisboa
Bem boa 
Ai ai essa mboa
Ai Ai Ai
Faltam 2 paus para completar a minha canoa
Ai Ai Ai como posso construir o barco
Tenho arco mas não tenho flecha
Ai ai ai quero que sejas a minha flecha
Me acerta na certa
Me mata 
Atira na minha bata
Arrebata, aii ue o meu coração
Não deixa 
Não deixa fugir
Ai ai tentei resistir
Ai ai a mboa ateimou em insistir
Ai Ai acabou por ganhar
Me matou
Arrebatou meu coração
Se despiu para mim
Fiquei a apanhar surra
Urra acabamos a dormir na cama numa noite sem fim







sexta-feira, 20 de maio de 2016

Quites


Procurei por ti muitos anos
Muitos anos te procurei
Te encontrei ao longo de muitos anos
Ao longo de muitos anos te encontrei
Procuraste por mim durante muitos anos
Durante muitos anos me procuraste
Me achaste por fim
Por fim me achaste
Te salvei
Me salvaste
Com a vacina que te dei
Com a vacina que da mesma forma me deste
Te curei
E tu me me curaste

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Pacto com o diabo


Hoje diante da morte o jovem se curvou
Hoje não sente mais
Recordações suas o vento levou
Tal como todos os seus restos mortais

Dia de chuva
Observo pela janela
Todos com medo
Enfiam a cabeça para dentro
Têm medo de represálias
A dama se encontra no quarto
Sente a minha falta 
Eu sinto a falta dela..
Tenho do outro lado da janela um homicida
Tiros se lançam ao ar
A mulher sobressaltada com os tiros sai apressada da cama
Chama pelo meu nome desesperada
A acalmo mas não a salvo desse cenário que entrei e já não posso sair
Tenho um trato a cumprir
Prometi vender a minha alma ao diabo
Vou cumprir o que prometi
Cometi um acto reprovável
Prometi ser amável como minha mais que tudo
Quebrei o pacto e Deus não dorme
Têm um desejo enorme de me fazer pagar pelos meus erros hoje notórios
Sou um zero, não quero viver por muito mais tempo
Quero vender minha alma ao diabo!
E da mesma forma que leve os pedaços que ocupam espaço neste universo
Não desejo um terço do que me desejam oferecer
Quero apenas ser levado em paz
Fechar os olhos e me auto-destruir
Quero ruir como um edifício
Desse pequeno orifício desejo partir
A mulher só chora
Em acentuado pranto
Não quer que eu me vá embora
Mas nesta vida já semeei tanto
A colheita está agora a começar
Hoje as entranhas do além vou abraçar

Hoje para com a morte o jovem se curvou
Hoje não sente mais
Recordações suas o vento levou
tal como todos os seus restos mortais

Fora com o machismo!


O feitiço que ela me lançou...
Toda a palavra doida que proferiu...
Toda a troca de olhar que me deixou sem ar..
Todos... mas todos passam na rua
Todos passam... na tua saia!
Passam sem nenhum descaramento
Acham que és de qualquer um
Mas tu não és monumento
Ninguém entende
Não entendem o teu valor
Não entendem...
Não entendem que não és objeto
Não estás á venda
Não és encomenda
Não tens preço
Tens apenas aquele amor sincero que eu te ofereço
És mais que do que uma simples mulher
És mais do que uma feitiçeira
És nas noites frias a minha grande conselheira
Não admito a ti qualquer aproximação com segunda intenção
Não... eles não entendem que transbordas simplicidade por entre o teu ventre
Não entendem que és mais que o mundo
Não entendem que és mais que um símbolo
És a bandeira nacional!
És a portuguesa
És mulher que nada me deixa faltar
Todos os dias comida na mesa
És mulher que me escuta
És mulher que me dá ânimo
És mulher que não se deixa comprar
És mulher que não perde o juízo por um simples sorriso
És para muitos o fim
Para mim és o infinito
Para eles quando te vêm o veredito já está dito
Para mim não!
Para mim está escrito nas estrelas
És mais do que uma mulher que se esfalfa a trabalhar
 És uma mulher mais que honesta
Ninguém entende que tens ,mulher honesta, escrito na testa
Eles não entendem....
Não se rendem enquanto não ganharem o teu amor da forma mais baixa
Mas não é lhe tratando como lixo que terão a sua atenção a horário fixo
Não importa de que jeito for
Mulher comparada a objeto?
Isso não é amor!
Isso é machismo!
O que eu sinto ao contrário de vós
Não é pudor...
É amor!
Valor? eu não classifico!
Eu pratico amor!
Eu a chamo de meu amor
Eu lhe pergunto:
Estás bem?
Tens alguma coisa?
Queres que te prepare algo para o almoço?
Isto é preservar uma relação
Isto é abrir o nosso coração
Isto não é tratar uma mulher abaixo de cão
Uma mulher deve ser colocada no topo do altar, sem ter alguém a lhe faltar ao respeito
Não devem pegar numa mulher e dizerem que ela é uma qualquer
Fora com o machismo!


Crente


É de alma e coração
Que folheio todas as tuas páginas
Faço ao teu nome uma invocação
E no interior do livro faço peregrinas

Lanço um feitiço
Desligo a tua mente
Quebro o enguiço
E deslizo sem tino pelo teu ventre

Me deparo com rimas
Rimas ricas e pobres
Me deparo com o teu clima temperado
Que com meu ar derrotado me faz fechar os estores

Leio cada verso de forma instável
Em cada verso oro por uma pista do senhor
Em cada verso choro por um amor à primeira vista
Em cada verso, preservo a tua alma vulnerável


Cada versículo é um ciclo
Cada vez que te avisto é de amor e tristeza, um misto
Cada conselho é uma mais-valia para o meu currículo
E cada vez que me aninho por entre o teu seio é somente pela palavra de Cristo


Cada vez que me perco no índice
Cada vez que cerco teu apêndice
Volto a viver um amor, poetista
Voltas a viver um amor de poetisa
Pela palavra do senhor
O amor se concretiza
Acompanhado pelo profeta
Que chega enviado por deus
Para abençoar o amor: poetiza/poeta
Um amor que à anos, morreu
Hoje se reencontrou
Se perdeu por entre umas quantas páginas

O poeta avista a vitrina
Há uma poetisa perdida por entre versos
O poeta mergulhou na sua doutrina
E espalhou por entre os seus seios variados terços

Trágica história de amor


Estou perto
A jóia pede ajuda
Fico num grande aperto
Tenho de salvar aquela miuda
Me deparo com um casarão
Ouço um violento disparo
Paro e toca na campainha
Mas ninguém fala
Bato á porta desesperado
Mas ninguém abre
Há algo de errado!
Ouço um gemido de dor
Um gemido de uma donzela em apuros
Destemido, entro pelas traseiras
Há um caminho que tenho de seguir sempre em frente
Então eu corro, corro á medida que vou fechando os olhos
Sinto que estou cada vez mais cerca
Sinto que vou conseguir chegar até ti
De repente ouço metrelhadoras ensurdecedoras
Nesse momento te avisto e te ouço dizendo

Por favor têm cuidado
És o meu grande amor
Tenho medo que sejas baleado
Eu digo:

Não te preocupes amor
Eu vim para te resgatar
Não te preocupes
Ninguem me irá matar
Para colmatar a situação
Prometo enfrentar estes inimigos com todo o meu coração

Sossegas por fim
Alegas toda a confiança em mim
Acreditas que serei capaz de te tirar do inferno em que te colocou satanás

Uma bala perdida
Choras com medo
Medo que seja uma despedida
Perigo á espreita
A bala vêm na minha direção
Me esquivo para a direita
Entreténs o inimigo até eu ganhar tempo
Me escondo por entre as tabletas
O inimigo percebeu o esquema
Aponta a arma na cabeça da minha jóia
Então me lembrei do meu lema
Lutar pelas pessoas que tanto amamos
Me lançei sem medo
O malvado disparou, foi então que a jóia imobilizou o bandido
Caiu no chão, o mauzão já vencido
Fiquei rendido a esse gesto
Fomos os dois na direção um do outro
Foi então.....
O massacre estava longe de ter terminado
Ouvi a tua voz gritar

Amor
Por tráz 
Amor 
É o satanás
Amor não faças nenhuma asneira
Vençe esse bandido de qualquer jeito
Ainda quero dormir noites sem conta aninhada no teu peito

Então eu me virei por uma ultima vez
Me atiraste para a mão  uma pistola que estava á tua beira
Contei até trez
Disparei de primeira
O bandido disparou da mesma forma sem qualquer dificuldade
Disparados fomos numa troca de tiros
Qual história com final feliz qual quê
O bandido teve morte imediata
Eu.... meus olhos meio fechados
O meu corpo agora se encontrava em fracos batimentos
Só ouvia agora uma voz

Amor por favor não morras
Amor isto não é um conto de fadas
Estamos nas masmorras
Diz-me que vais pegar os nosso filhos ao colo
Diz-me que vais seguir o protocolo á risca
Diz-me que nada nos irá separar
Amor abre os olhos
DIz-me que enfeitarás como sempre enfeitas-te os folhos no meu vestido de casamento.... no nosso casamento 
E agora?
Se morreres eu nunca na vida me irei perdoar!
E agora?
Se morreres a quem o meu coração irei doar?

Amor......
São as minhas ultimas palavras
És linda
Foste ontem e hoje ainda continuas linda
Toma conta de nosso filho que vêm a caminho
Promete todas as horas do dia lhe dar amor e carinho
Era suposto querida.... era suposto este ser apenas mais um dia feliz da nossa vida!
Deus não cumpriu o nosso pedido
Chega ao meu ouvido amor, chega.... tenho algo para te dizer..
Amo-te. até um dia...




quarta-feira, 18 de maio de 2016

A distância


A distancia
De ti me afasta
A distância
Que para o fundo do poço me arrasta
A distância
Essa vida tão madrasta
Desde infância
Sinto pelo universo uma distância pouco cordial
Um verso que escrevo para ti
Em fraca sonância
A distância me enlouquece
Quando tenho frio, justamente quando necessito o teu corpo em forma de manta me dou conta que é semana santa
Hoje a distância ganha peso
Fico surpreso pela tua ausência
Não consigo ganhar balanço
Das poucas vezes que avanço bato de frente com a barreira que me impede de chegar à tua beira
Deus não se comoveu com meu choro em gesto de penitência
Ao invés me estendeu no peito a tua ausência

Assim como um dragão



Assim como um dragão
Dono de uma grande destreza
Assim como um dragão
Jogando sempre á defesa


Assim como um dragão
Um atutêntico Lança chamas
Assim como um dragão
Derrama paixão

Assim como um dragão
Queima por onde passa
Assim como um dragão
Ateima em levar a taça

Assim como um dragão
Um ser que nunca se rende
Assim como um dragão
Do nada no ultimo minuto surpreende

Assim como um dragão
Têm amor á camisola
Assim como um dragão
Incute nas crianças o prazer de jogar á bola

Assim como um dragão
É fogo vivo como um clarão
Assim como um dragão
Se orgulha de seu estádio nunca sofrer um apagão

Assim como um dragão
Carrega sonhos no seu coração
Assim como um dragão
Com um desejo imenso de se sagrar campeão

Furacão katrina


Quando tento a vida assimilar
Entra por a dentro do meu coração o furacão Katrina
Invade o meu lar
E leva minhas ideias á ruina
Acabo com as ideias ás avessas
Todas trocadas
Todas desnorteadas
Furacão que entra sem norte pela ventana
Se dá um torbilhão de sentimentos
Me quebro em vários fragmentos
O cérebro esvazia
Sem nada fico, apenas com minha mente oca
A vontade de ripostar foi pouca
Pelo quarto, camisas e t-shirts rasgadas
Tal foi a chacina provocada pelo furacão katrina
Me trocou as voltas
Me feriu, me retirou do poderiu
As expressões iradas provocadas pelas brigadas de nome, furacão katrina
Provocaram deformação em meu coração
Um coração que já não toma iniciativa
Antes da raiva contra a vacina minha mente era intuitiva
Hoje após a chacina dispenso qualquer ideia que possa ser produtiva, para o aumento de minha auto estima, para a rima que á anos desejo transcrever do coração para o papel
Não atina! furacão katrina em pura dança libertina
Só desatina contra o sujeito
O efeito foi destrutor para com o conceito paz e amor que transbordava no teu peito
E agora.... descanso em paz!
Me deito por entre o seio desse lar doce lar que me acolheu e colheu pelas portas traseiras
Hoje não houveram viseiras que pudessem proteger meu rosto
O furacão katrina entrou pelas comportas
Dizem que deus escreve direito por linhas tortas
Mas escreve por linhas tortas... topas?
Linhas... são o ás de copas
Hoje do furacão katrina levei cheque mate e agora sou homem morto

terça-feira, 17 de maio de 2016

Casal improvável



A viuva negra
A ovelha negra
Na idade da pedra
Em coração de pedra

O embecilho
Com filho nos braços
Os laços com a ovelha cortou
Mais tarde os reatou

A mal amada
Apedrejada
Difamada
Uma vivência sua jamais planeada

O emplastro
Hoje pelas autoridades procurado
Cheio de cadástro
Teme ser pelas intervenções especiais achado

A ovelha
Toda corada
Fica vermelha como um tomate
Quando o emplastro lhe pede para ser sua namorada

O ser inconveniente
Hoje interveniente
Na ovelha lhe bate coro
Ao passo que a pede em namoro

A ovelha aceita com agrado
O pedido de namoro do pé rapado
Fazem filhos por entre a palha
Juntam a tralha, os trapinhos
Hoje em pareja
Bem juntinhos os pombinhos
A cereja no topo do bolo
Fazer os seus filhinhos em abundantes ninhos




Predador da poesia



Sou o grande predador da poesia
Com as garras de fora, sintam pavor!
Com ar malicioso lanço as amarras
Avanço acompanhado do aroma da maresia
Atrapo a vossa mente e deixo em farrapo o vosso subconsciente
Fujam é melhor!
Pois não ficarão para contar a história
Quem me tentou enfrentar acabou por se ausentar nos mares
Está no papo, as frases se encontram apoiadas em válidas bases
Sou astro que reluz
Já sou experiente no que diz respeito a ter cadastro
Achei e matei várias presas que se diziam tão coesas à beleza da poesia
Hoje a anos-luz a bófia está longe de chegar perto da máfia
Verão essa realidade tão ansiada por um canudo 
Jamais apanharão este predador insano
Insano em caçar mais e mais palavras
Insano em caçar mais e mais presas
Não importa que se escondam por entre os versos
As estrofes se encontram de braços abertos
Versos cobertos de vítimas, chamadas para a sua inevitável sina
Serem consumidos pela indubitável fera assassina
Predador Assina por baixo:
Sou eu o predador que leva toda a palavra do senhor
A reduzo a pó sem clemência, sem dó.







Rei que é rei



Rei que é rei
É acima de tudo nobre
Rei que é rei
Estende no seio da rainha ouro e cobre

Rei que é rei
Incute força e ânimo
Rei que é rei
Estende a sua mão à rainha em tom magnânimo

Rei que é rei
Vai pela sua rainha aos confins do mundo
Rei que é rei
Só de lá sai até achar todos os colares e marfins

Rei que é rei
À rainha puxa delicadamente a sua cadeira
Rei que é rei
Ergue a bandeira nacional

Rei que é rei
Não foge a uma luta
Rei que é rei
Entra pela sua rainha em disputa

Rei que é rei 
Disputa o seu amor
Rei que é rei 
Se defronta contra o seu adversário típico de um gladiador


Rei que é rei
Trata sua rainha por patroa
Rei que é rei
Lhe estende na sua cabeça uma reluzente coroa

Rei que é rei
Lhe faz uma jura
Rei que é rei
Jura à rainha amor eterno

Rei que é rei
É tratado com luxúria
Rei que é rei
Jamais acabará nos braços da penúria

Rei que é rei
Actua com cautela e astúcia
Rei que é rei
Só pode ser ele, o grande rei da Prússia


Urgente sonhar!


Errar é humano
Levamos a vida a batalhar
Levamos a vida mano a mano
Levamos a vida a falhar
Vemos o barco a encalhar
Levamos a vida a culpabilizar o próximo
Levamos a vida vendo gajos com cara de parvos a olhar para o traste
Levamos a burrice de arraste
Levamos a vida a ser mazuquistas
Levamos a vida a saborear pequenas conquistas
Levamos a vida só pensando em nós, a ser egoístas
Levamos a vida a ouvir apenas uma voz, a dos comunistas
Vemos homens se matando por uma herdade que acham que lhes traz felicidade
Levamos a vida criticando a cor do outro
Levamos a vida com rancor quer pelos nossos familiares, ou pelos nossos grandes pilares que nos acompanharam na vida passada e no presente
Levamos a vida num choro eminente
Levamos a vida a julgar, a promulgar histórias pouco crediveis
Levamos a vida a mencionar a palavra de deus em vão
Contado só visto!
Levamos a vida a ler negligênciando as didadscálias
Levamos a vida com medo das represálias
Levamos a vida sob anomalias
Levamos a vida acariciando rosáceas
Mas atos nada!
Os actos acabam do outro lado da estrada
Levamos a vida preocupados com as opiniões alheias
Criticam sem ideias construtivas
Ofensas destrutivas, por sinal negativas de nascença
Sem liçença para serem lançadas
Por outras palavras, um verme que não se aguenta em pé
Levamos a vida a descriminar e a congeminar os mais fracos
Levamos a vida a comandar os bonecos nos matrecos
Levamos a vida a enfiar a carapuça
Levamos a vida com a mania da perseguição
Para qualquer lugar que vão acham que também estamos a ir na mesma direçção
Levamos a vida rezando na igreja pedindo perdão pelos nossos pecados
Levamos a vida obececados pela imagem
Olhamos vezes sem conta no espelho
Aquele fedelho que só aponta os nossos defeitos
Para todos os efeitos levamos a vida  com trabalhos refeitos tudo por confundir alhos com bugalhos
Levamos a vida a ir pelo caminho mais fácil, por atalhos
Levamos a vida a observar o jovem que almeja a vida eterna de bandeja
Levamos a vida numa amargura extrema ao ponto de deixar a alma enferma
Congelamos o esperma, vivemos na berma da estrada esperando alguém que nos faça uma visita guiada quem sabe pela enseada
A força suprema que não encaixa no meu peito
Que profere palavras descomedidas sem tino
Não sei qual será meu destino..
Mas sei que foi repentino este mar de lágrimas
Dou por mim a chorar baba e ranho
Junto com o meu choro vem todo o rebanho
Me acompanham nestas lágrimas de que não têm fim
Levamos a vida a chorar como uma criança acabada de nascer
Uma criança a que foi roubada o doce, a compota e que agora está na banca rota
Levamos a vida com a harmonia em pura antonimia
Levamos a vida com o conceito bigamia e com o cornudo deliberando a palavra mamma mia
Levamos para com a vida uma notória falta de quimica
Levamos a vida em eristica 
O que é mais importante a metafisica ou a lirica pobre e rica?
Levamos a vida em pura discordância
Os meus horizontes não colidem com as tuas fontes
Não são plausiveis, não têm conteúdo
Contudo cada vez que viajo me confundo em um mundo falso á partida
Uma realidade advertida
Dizem que é divertida
É falsa tal como o estilo de valsa
Movimentos tentadores mas enganadores
Massacram a minha vista
Castigam e fadigam o meu ar agora pálido bem inválido, minha cintura para baixo em cadeira de rodas 
Homem cheio de nódoas negras
Levo a minha vida sendo chicoteado pelo meu enteado
Não é prateado seu rosto, é escuro!
Não me sinto seguro no meado de dezembro
Não me sinto culto não tenho bases para tal
Sou vidro que quebra como pedra, sou fraco!
Neste mundo em que hoje me sinto opaco
Enfiei o saco, me acusei e caí num poço sem fundo
No recanto mais profundo do buraco peço perdão
Mas deus me fecha a tampa
A campa está a minha espera
Não! eu é que espero a primavera,  que se vêm a tornar uma quimera
Se dá uma nova era
Me faço á estrada
Juntei os pedaços, os poucos que restavam
Uni os traços que antes rastejavam a custo
Desenhei um final feliz, antes infeliz
Mas hoje recriei minha história
Agarrei o microfone e cantei sem autotune
Sou jupiter, planeta distante
De reluzir constante
No espaço não tenho o teu regaço
Tenho pouca vida
Estou no limiar, no fim da linha
Peço uma estrelinha perto de mim
Que me aconchegue e retire o medo de partir deste mundo
E da mesma forma eu me erga e seja pelo senhor um martir
Mas enquanto não partir, meu senhor te ofereço meu ultimo presente
Uma carta com a seguinte frase escrita
Somos gente,  urgente é, levar a vida a sonhar!



Vamos Dialogar!


Diálogo?
Sou anti-social
Comigo só monologo
Falando em um mundo virtual
Acabo doando meu eu espiritual
Liberto as energias
Falo com a parede na esperança que me ouça
Parto a loiça com tanta revolta guardada cá dentro
Sou neutro
Não estou do lado dos rebeldes
Não estou do lado dos betos
Não me deixo levar por típicos alfabetos
Recebo qualquer um de braços abertos
Mas se desdenham
Eu digo, nem venham!
Não quero como amigos, putos armados em cultos
Não quero um tipo que diz que é meu amigo mas na volta é um inimigo que me expia
Na pia cago para para o que tu dizes
Sou anti-social
Ainda não sarei minhas cicatrizes
O meu signo dita a imperatriz
Mas é tudo tanga
É tudo puro chamariz
No chafariz bebo água azeda
Ainda não chega, preciso dialogar
Mas assim do nada me ponho a divagar
Devagar se vai ao longe
Pode não ser hoje que abra os meus horizontes mas brevemente abrirei minha mente
Assim ingénuo e inocente desaguarei na nascente
A água a escorrer e as minhas ideias a correr pela minha veia
Dias depois encontro um labrego na aldeia
Um tipo que diz que quer ser meu amigo
Genial um amigo para socializar
Já não falarei para os meus botões
Terei um tipo bacano para poder desabafar
Quando o porteiro tocar à porta
Ele a abrirá por mim
Que bem que se comporta o Xavier!
Eu digo: senta! E ele se senta
Representa obediência e fidelidade
O facto de o encontrar talvez tenha sido casualidade
A data de validade desta relação Anti-social/Xavier
Essa só irá expirar quando nós assim o ditarmos
Vamos viajar, vamos as mágoas desafogar
Vamos dialogar!


sentimento de culpa


A rua onde tu passavas
A rua onde eu passava
Todos os dias cheia
Todos os dias vazia
A luz do dia enfraqueceu
Tal foi a tamanha razia
Chacinados na rua que eu em tempos visitava
A rua onde te avistava com camisa de manga a cava
A noite cresceu
A luz do dia faleceu
Tu foste nesse conflito atingida
Tingida de sangue
Perdi a jóia e o sentimento de culpa é misto
Hoje passo em goia e já não te avisto mais
Dói demais não poder sentir a tua presença
A tua ausência passou a ocupar a minha mente com a presença de reticências
A rua onde antigamente passavas
Aquela que eu tanto amei
Aquela que tu tanto amavas
E o carinho que era suposto te dar e não dei..

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Sem travão


Sem permissao a seta me acerta
Foi incorreta a direçção
Imcompleta foi a ação
A seta se ficou por ali
Em nicarágua, em mali
Atingiu mas o efeito não surtiu
Rebentou meu coração
Adientou as minhas esperanças
Foi proferida a invocação de deus em vão
Uma seta que me atingou e não colocou travão

Imploro



Imploro um sonoro à medida do meu choro
Imploro a tua presença na saúde e na doença
Imploro que esse beijo na minha boca seja nas noites frias a minha toca
Imploro que essa vacina seja nesta vida a minha nova rotina
Imploro que enxugues as lágrimas que se infiltram na minha retina
Imploro que sejas a minha abelha e que sugues todo o meu mel
Imploro que assines os papéis e coloques no meu dedo o anel
Imploro que aos meus pés te ajoelhes
Imploro que da mesma forma à rainha Diana, te assemelhes
Imploro que esse corpo nu seja puro vudu
Imploro que em vez de um não digas um sim
Imploro que em vês de um blá blá saia da tua algibeira pilim
Imploro que me tornes rico em substância
Imploro que quando saia destas 4 paredes ainda estejas à minha espera na outra estância
Imploro que sejas a minha clorofila e impeças o movimento de reacção da minha axila
Imploro que me sequestres e te vanglories desse feito
Imploro que não tires proveito do meu estado desfeito
Imploro que me tornes refém como foi outrem
Imploro que me perdoes e que does o teu egoísmo
Imploro que ainda te salves e ressalves os teus erros
Imploro um final feliz nesta história
Imploro um tema de romance e para o cujo um elevado lance
Imploro um desenlace sinónimo da tua face
Imploro um sinal teu que me conduza à estação terminal
Imploro que acolhas o meu coração de braços abertos
Imploro que me deixes ser astronauta desse planeta
Imploro que me deixes ser o teu cometa
Imploro que me deixes ver a vida por outro prisma 
Imploro que te deixes contagiar pelo meu puro carisma
Imploro que sejas a cura para o meu aneurisma terminal
Imploro que em vez de um ponto final seja uma fase de amor inicial

Mar tirano


O Mar traz:
O amor
A paz
Da mesma forma deixa o meu eu sem reservas
Da mesma forma o amor e a paz leva
E os lança nas trevas

Todo o vislumbrar
Toda aquela voz terna que me faz vibrar
O Mar traz
E da mesma forma leva sem intenções de voltar

Os filtros de calma
Os filtros de benevolência que percorrem a minha alma
O Mar trouxe toda a harmonia numa manhã sensata
Hoje da mesma forma foi ingrata
O mar foi tirano
Chegou e tudo levou
Por fim levantou o pano
E a verdadeira face revelou

Sem ter por onde fugir se assumiu
Num abrir e fechar de olhos sumiu
Sempre fora leal hoje me traiu levou minha aurora boreal
Subtraiu as minhas esperanças
Chegou e levou a paz 
Levou a aliança que tinha no dedo ofereçida por aurora
Sorriu, pegou em minha terna lembrança e foi embora

Voltei no dia seguinte 
Não sentia seu odor
Não sentia mudança
Continuava com o dedo sem a aliança
Continuava sem um sorriso no rosto
Levaste toda a minha alegria
E uma profunda tristeza em meu coração cravaste
Assassinaste minhas esperanças
Fiquem sem ponto cardeal
Nem sinais de seu paradeiro
Levaste minha aurora boreal
E junto com ela todo o seu cheiro que antigamente soprava no areal.....