sábado, 2 de julho de 2016

Coisas do amor


Fala do pombo

Andorinha
Ai meu voa voa
Ai minha perdição
Para mim tens alguma coisa boa?

Fala da Andorinha

Eu tenho o meu ombro
Posso te oferecer a minha companhia se quiseres
Posso te oferecer o amor ao dobro
Sabes sou a ventoinha que sopra bem na bainha do teu coração

Fala da Andorinha

Fica comigo
Delicia-te com o ar totalmente renovado
Terás junto a mim um destino reservado no céu
A voar sem te preocupares com os problemas da sociedade
Voaremos em liberdade 
Sobrevoaremos as ruas da cidade com subtil simplicidade


Fala do pombo

Ai tu Ave de rapina?!
Ai minha nova vacina
Que me ofereces minha cara?


Fala da Ave de rapina

O que te ofereço?
Ofereço-te o endereço para vires até mim
Para caminhares e te perderes por estes lares acolhedores
Curam, aliviam dores
Amores? quem não os têm...
Deixa essa andorinha
Não vês que ela é droga para o teu coração?
Eu não!
Eu sou a ave de rapina a tua nova rotina 
Lembras-te?
Eu lembro!
E relembro
Que amor como este nem se aproxima de perto dos ventos que sopram de leste
Comigo te perdeste
Comigo de deitas-te
Comigo te deliciaste

Fala do pombo

O que faço
Sou um simples cachalote
Já subo escadote
Já ando de elevador
Só para sentir esse ar puro e acolhedor
És louca!
Tenho de escolher
Então eu troco de roupa
E visto a ave de rapina
Aiii assenta-me tão bem!

Fala da andorinha

Oh meu amor...
Como foste capaz?
Ainda há um ano traz
Eu era a tua ave favorita
Hoje sou um tanto faz
Já não a tua varinha mágica
A tal que dizias que realizava os teus desejos
Que foram feitos dos beijos?
Se perderam foi?
Tudo por culpa daquela rameira
Ladra de primeira!
Ai o meu coração chora...

Fala do Pombo

Andorinha tenta entender
Tu és droga!
E eu... eu era um perdido... um vendido!
Eu hoje estou um homem maduro
Eu sei que é duro mas andorinha as noite passadas na caminha
As noites frente á lareira... ai é tão difícil explicar o que para mim elas significaram
Sei lá foram momentos que desafiaram as leis da gravidade!
Mas... tenta entender
Tu és droga minha andorinha e eu?..
Eu sou apenas um pombo aprendiz
A coisa estava preta
E eu lá tive de cortar o mal pela raiz
Faz careta... é compreensível!
Tive de largar o vicio 
Sim tu foste um triste inicio
Hoje és um belo fim

Fala da ave de rapina

Ouviste?
O pombo é meu!
Tira as patas do meu troféu
Vamos bailar, vamos dar no creu pombo!
Ai baza andorinha!
Vai baza!
Não ouviste vai para casa
Vai vai!

Fala do Pombo

Não achas que foste um pouco dura com a andorinha?


Fala da ave de rapina

Não, ora essa ela estava com secura e eu tive de dizer que daqui mulher sedenta de pombo não leva nada e tu seu desgraçado és um trafulha

E tu? sempre á bulha com a andorinha tudo só para venceres e me teres debaixo da tua asa
O que?? eu amo-te meu pombo
Quando te olho vejo uma luz ao fundo do túnel
Vá lá vamos casar, vamos colocar o anel no dedo

Oh ave de rapina sabes é que...
O que se passa é que..
É que foi tudo tão repentino
Acabei agora uma relação
Agora vens e me deixas sem reação
Sabes eu sou um pombo libertino
Eu tenho de pensar
Mas não te preocupes
Mesmo que por ventura não casemos
Eu arranjo maneira de te recompensar

Fala da ave de rapina
Como?

Fala do pombo
Cago no teu teu parapeito


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