segunda-feira, 6 de junho de 2016
Impostor?
97!
Foi o ano em que eu nasci
Daí para a frente fiz 30 por uma linha
Nunca pensei chegar aos 19
Ainda hoje não sei o que me move
Sou um gajo que pouco ou nada se comove
Estou preso num corpo que não corre atrás do que lhe faz feliz
Acordo com pouca vontade de abraçar a felicidade
Me recordo das minhas traquinices e palermices de criança
Como posso ser tão distinto
Como posso ter perdido aquele instinto de criança
Aquele instinto que não engana
Como posso hoje em dia não ter qualquer garra insana de criança que arrancava os cabelos e espancava os tornozelos dos demais
Hoje fico quieto, sou um puto incompleto precisando de kit completo
Falta o hit da semana
Falta o beat copa cabana
Sou gajo de porcelana que facilmente se quebra
Onde está o puto de ferro?
Não existe!
Nunca existiu
E se existiu então já se partiu
Corro atrás
Mas do quê?
De quem?
Um dia a morte irá chegar
E se eu não tiver uma mulher para me aconchegar o coração?
E se eu me ficar pelo sedentarismo?
E se me ficar pelo terrorismo que o cérebro me proporciona?
Não funciona... nunca funcionou correctamente!
Estacionou num local inapropriado
Não sou copiado, eu copio!
Não consigo ser original
Eu copio quem há anos me copiou
Eu expio quem há anos me expiou
Eu sigo quem há anos me seguiu
Não consigo ser diferente
Acabo igual tal como o opositor
Nem com manual de instruções
Não tenho muitas mais funções
Sou parco em palavras
Abarco no caderno pouco vocabulário
No formulário preencho mais do que o necessário
Não tenho meio termo
Sou um puto ermo
Sou como um gatinho quando perde a língua
Como um gato á mingua sem pão nem água
Enfim sou um estorvo pairo na zona obscura tal como um corvo
Não acrescento nada de novo nestes insossos textos, nem virgula nem assento
Me sento num banco sem esperar qualquer alteração
Sem esperar qualquer sustento ou amamento
Sou tão previsível, qualquer gesto já sabem que é desonesto
Não consigo deixar de ser ciumento
Não consigo deixar de ser comilão sempre com cio na boca
Olho-me no espelho e fico na duvida
Aquele sou eu?
Uma criança antes traquina
Hoje calado, sentado no banco da esquina
Hoje um sem sal, o tal fraco em qualquer declaração
Qualquer aceleração no coração é fruto da vossa imaginação
Sou puto recitador de palavras
Ou um simples impostor?
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