segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Nas bocas do mundo


Ando nas bocas do mundo
Tudo por meus modos, meus comportamentos
Ando sem rumo
Da forma mais nua e crua, eu o assumo!
Mas não o consumo
Como certas pessoas que não tem outro passatempo
A não ser o de julgarem mal o próximo por este estar a ser ele próprio
Talvez tenham sido as inúmeras anestesias que sofri no bloco operatório
Que me tenham tornado imparcial

Meto todos no mesmo prato da balança
Infelizmente sou o único a pensar assim
Quem não está com eles é perfurado por uma lança
É a triste realidade que se vive por aqui
Mas se pensam que vou recuar perante a ameaça estão muito mal enganados
Sempre ouvi dizer que quanto mais medo se mostra pior é
Ao contrário se eu sair à rua e mostrar toda minha indignação irão ficar pior que estragados
Nunca imaginaram ver-me a remar contra a maré
Eu também não principalmente quando a quantidade faz toda a diferença
Temos de admitir que a união faz a força
Eu estava sozinho nesta minha crença
Que a brincar a brincar partiu a louça toda

Tão roucas por me estarem sempre a pronunciar
Até parece castigo!
Talvez um dia quando vos falte um porto de abrigo
Consigam entender o meu lado
Que sou incapaz de ficar parado
Quando vos vejo a meterem-se com alguém que não é do vosso tamanho
Estão habituados a que sigam o rebanho
Eu tenho a dizer que não adopto este silêncio
Aos bombeiros que combatem todos tipos de incêndios
Merecem apenas e somente o meu respeito
Acreditem que não estou a fazer peito
Como já disse isso não faz parte da minha essência
Eu sou outro nível!
Que para muitos é inatingível
Só conhecem a bebida e o tabaco
Típico de quem tem a vida num caco
Então não deveriam ser tão ruins
Até porque todos vamos parar aos confins
Dizem que o tempo cura tudo
Mas cá dentro existem feridas que ainda não cicatrizaram
A todo minuto a todo segundo
Eu simulo o meu luto
Contudo continuo a andar nas bocas do mundo
É duro!

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