segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Prisioneiro



Eles olham para mim como se eu tivesse faceta de súper herói
Lamento mas não posso salvar o planeta
Porque isso é algo que se constrói
Porque isso me dói
Logo a última coisa que vou conseguir hoje é bater uma bela de uma punheta
Dá menos trabalho!
Eu sei que falei que ia meter o passado numa gaveta
Mas foi tudo peta
Porque eu sou uma carta fora do baralho
Por outras palavras, um belo de um escravo
Em todo lado não tenho a vida devida
Quando penso em assumir uma lida vem meter o dedo na ferida
Isso revela uma extrema falta de confiança
O mais engraçado é que depois contradizem-se ao dizerem que eu já não sou nenhuma criança
Em que é que ficamos?
Posso ou não assumir a liderança?

Desde pequenino, leitor de histórias de banda desenhada
O que é que eu fazia no recreio? Pois bem, jogava à apanhada
Mas não os conseguia algemar
Mas não os conseguia
Apenas quebrar os dedos dos palmos e dos pés
Consegui apanhá-los de lés a lés
Pela primeira vez, acreditar em mim próprio
Num momento em que considerei esse, um feito ilusório
Deve estar algum santo para cair do altar
Finalmente fico à frente numa foto de turma
Escusam de abrir a urna
Tenho saúde para dar e vender
Simplesmente tenho a coluna toda torta
Já deu para perceber que preciso de me encontrar em forma
É por essa mesma razão que me inscrevi no ginásio
Sabem, é o que é suposto fazer quando se tem falta de cálcio
Já não é novidade para ninguém que eu não suporto o desrespeito
Para gente que o desempenha não basta um peido
É preciso tomar medidas drásticas
Dar marretadas atrás de marretadas ao ponto de terem de recorrer a cirurgias plásticas
Querem festa? Pois bem, é isso mesmo que vão ter
Não como gelados com a testa
Sei bem que estão a fazer de tudo para me entreter
Boa tentativa, sou Tarzan, o rei da selva
O que tem grande grito, Oooooooooh!
A minha cabeça é um autêntico chiqueiro
Do jeito que nem sai tudo no chuveiro
Tenho que me ficar sempre pela metade
Para mim não existem dias de bonança mas sim de tempestade
Desde que acordo até que me deito sou a prova de que nada nesse mundo pode ser perfeito
Ainda estou a conhecer-me
Não julguem que é da noite para o dia
Mas fica difícil com toda minha nítida rebeldia
Que não muda nem com a idade
Mas pensando bem isso é da minha inteira responsabilidade

Eles olham para mim como se eu tivesse faceta de súper herói
Lamento mas não posso salvar o planeta
Porque isso é algo que se constrói
Porque isso me dói
Logo a última coisa que vou conseguir hoje é bater uma bela de uma punheta
Dá menos trabalho!
Eu sei que falei que ia meter o passado numa gaveta
Mas foi tudo peta
Porque eu sou uma carta fora do baralho
Por outras palavras, um belo de um escravo
Em todo lado não tenho a vida devida
Quando penso em assumir uma lida vem meter o dedo na ferida
Isso revela uma extrema falta de confiança
O mais engraçado é que depois contradizem-se ao dizerem que eu já não sou nenhuma criança
Em que é que ficamos?
Posso ou não assumir a liderança?

Para quem desconhecia eu tenho uma meta
Tornar-me num famoso poeta
Eu podia dizer que é ela que se injecta
No meu coração, também tenho culpas no cartório
Todo santo dia enfiado no escritório
Está fora de questão ir espairecer lá para fora
Isso inclui eu ter de aparecer
Logo eu que sou um sujeito mega discreto
A mim pouco me desperta o interesse de ter dezenas de paparazzi por perto
Há uma velhinha de bengala prestes a atravessar a estrada
Quem me dera poder dizer que a pobre é atirada
Mas infelizmente encontra-se delicada
De um lado tenho o anjo que me diz que eu mereço estar no campo de Anbu
Do outro, o diabo que se ri na minha cara e me diz para dar à sola
Lamento, mas estou cansado de jogar consola
Eu até podia dizer que é tudo por amor à camisola
Mas o futebol é um desporto que não se encontra nos meus planos
11 homens a correrem atrás de uma bola ao sol e ao frio, mas onde é que já se viu?
Se há coisas nessa vida sem sentido, essa é uma delas
Esta é para os que dizem que sem sentido é acordar de manhã sem lavar a cara bem como tirar todas as ramelas
Pela última vez, eu não sou da zona de Odivelas!
Já me doem as canelas
Sou do Lumiar com muito gosto
Quem não se estiver a sentir bem pode ir lavar a buceta
Estou cheio de mágoa porque estava a dormir
Quando vieram acordar-me com um balde de água fria
Ganharam, já podem ter a minha estátua erguida na vossa terrinha

Eles olham para mim como se eu tivesse faceta de súper herói
Lamento mas não posso salvar o planeta
Porque isso é algo que se constrói
Porque isso me dói
Logo a última coisa que vou conseguir hoje é bater uma bela de uma punheta
Dá menos trabalho!
Eu sei que falei que ia meter o passado numa gaveta
Mas foi tudo peta
Porque eu sou uma carta fora do baralho
Por outras palavras, um belo de um escravo
Em todo lado não tenho a vida devida
Quando penso em assumir uma lida vem meter o dedo na ferida
Isso revela uma extrema falta de confiança
O mais engraçado é que depois contradizem-se ao dizerem que eu já não sou nenhuma criança
Em que é que ficamos?
Posso ou não assumir a liderança?

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