Costumo viver a vida sem dizer o que penso
Mas hoje estou com um desejo imenso
De deitar cá para fora o que me vai no coração
Por isso deixa-me toca-lo com uma pequena canção
Quando eu disse que me eras indiferente
Eu não pensei direito, certamente
És a razão do meu viver
Desde o anoitecer ao amanhecer
Até na academia
Tive a oportunidade de chegar à tua beira
Da mesma forma, puxar uma cadeira
Pôr a conversa em dia
Mas optei por adiar
O tempo não espera
Por vezes se revela como um ser bera
O que é meu, ele veio roubar!
Agora eu dou o devido valor
Ao que não tive estofo para agarrar
Essa mesma, beija-flor
Hoje tem alguém para a amar
Engane-se quem pensa que sou eu
Quem ganhou o seu amor
Não é o mesmo que o perdeu
Que actualmente só sabe viver o quotidiano com rancor
Sei que nenhuma mas nenhuma cantiga
Que eu cante, vai ter o mesmo efeito
Ao invés vai dar ares de antiga
Mas eu vou toca-la de qualquer jeito
Só assim vais conseguir entender
Que esse amor é forte demais
Para tanto tu como eu, não o atender
Com os respectivos sinais
Para ti sou um erro
Mas na verdade sou um acerto
Verdade que pareço de ferro
Mas vivo o dia-a-dia com enorme aperto
Será que vou ser eu a ganhar a sorte
De quem sabe, te guiar desde nascença até à morte?!
Enquanto espero pela resposta chave vou batendo as asas e voar
Na verdade sou ave que sonha cada dia que passa, mais se elevar
Mas agora eu me lembrei que me faltam asas
Para sobrevoar umas quantas casas
Para me sentir em alta.
O que será que me falta?
Sei que é algo que no passado tinha
Será o teu atrevido piropo?
Ou a tua mão em contramão com a minha?
Para decerto, me sentir no topo?!
Sempre vivi no seio da solidão
Sem qualquer tipo de aptidão
Viver assim não me ia levar a lado algum
Só mesmo a dias e dias de jejum
É mais fácil enfrentar os problemas da vida
Se houver alguém a partilhar a mesma paixão
Tal e qual ricos em pesticida
Com o objectivo de eliminar todo tipo de hesitação
Sou o meu eco
Da miséria, repleto
Da totalidade, seco
Sem ti, um ser humano incompleto
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