O mundo é cruel
Desperdiça o papel
Não lhe é fiel
É infiel!
Escreve um verso no verso da folha
E no inverso toma-a de ponta
Amargo como o fel
Não chega aos pés da torre Eiffel
Estamos a matar árvores
Com a nossa ignorância
Quando lhes deviamos dar amor
Como fazem nos jardins de infância
As árvores estão a ficar caducas
Como tudo o que nasce, morre
Mas podemos adiar a sua partida
Se tivermos uma alma nobre
Da mesma forma que a poesia deve ser sentida, as folhas devem ser preenchidas com a palma da mão
O nosso papel é escrever nelas o que vai no nosso no coração
Medo, raiva, tristeza e alegria
Quem não faz isso, não pode ter alma de poeta
Who cares?
No que diz respeito à poesia vale tudo até arrancar olhos
Não pode ser verdade
A poesia vai acabar
E tudo o que eu ontem construí
Vai desabar água
A poesia
Vai a partir de um avião de papel, explodir no ar
Vai a partir de um avião de papel, explodir no ar
Vai a partir de um avião de papel, explodir no ar
Estamos condenados ao fim
Estamos condenados ao fim
Malditos sejam eles, os vossos primogénitos, não vos deram o exemplo
Um mundo melhor, mais justo, menos tenso
Mas ainda vamos a tempo
De o tornar um mundo mais feliz, sustentável, interligado, com mais bom senso
Eu sou amigo do meio ambiente
Já nem disfarço
Não é por todos os dias fazer a reciclagem
Que me vai cair um braço
Eu vou limpar
O chão desse prédio
Limpá-lo de alto a baixo
Alguém tem de o fazer
Senão o plano vai por água abaixo
Se não vens para ajudar
Não atrapalhes
Mas quem sou eu para te pôr no teu devido lugar?
Para mim está tudo bem desde que trabalhes!
Às vezes é preciso cortar o mal pela raiz
Antes que a mostarda nos venha ao nariz
Por isso fazê-lo antes que seja tarde
Quem não faz isso não pode ter alma de poeta
Who cares?
Estancar o sangue do nariz sem causar muitos estragos é a melhor cura para a hemorragia
Não pode ser verdade
A poesia vai acabar
E tudo o que eu ontem construí
Vai desabar água
A poesia
Vai a partir de um avião de papel, explodir no ar
Vai a partir de um avião de papel, explodir no ar
Vai a partir de um avião de papel, explodir no ar
Estamos condenados ao fim
Estamos condenados ao fim
Não pode ser verdade
A poesia vai acabar
E tudo o que eu ontem construí
Vai desabar água
A poesia
Vai a partir de um avião de papel, explodir no ar
Vai a partir de um avião de papel, explodir no ar
Vai a partir de um avião de papel, explodir no ar

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