quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Vivo na lua


Na lua 

Na lua

Vivo na lua

É a minha nova casa
Vivo na lua 
Durmo sobre a sua asa

A rua me castigou

A lua me abrigou

Sou filho da lua

Empecilho da rua

Na lua vivo aninhado

Na rua deambulo envergonhado

Não é orgulho viver na rua

Mas sinto em dar um mergulho na lua

Ela não me rejeita

Aceita as minhas origens

É das redondezas da rua que me despeço

É nas profundezas da lua que confesso
Os dias que passei disfarçado e embaraçado
Nas ruas por não ter duas notas de 20

Não tinha onde cair morto

Tinha o porto de abrigo, a lua
Na rua era um enclausurado ficava a toda a hora de castigo
Deitado sobre as escadas
Hoje não há mesada
Nada a que eu tenha direito
Só preciso de uma cama

Preciso de alguém que me escute

Preciso de um lar
E hoje ganhei uma nova alma
A lua me alojou 
Me encorajou a sonhar

Nenhum comentário:

Postar um comentário