domingo, 28 de agosto de 2016

Em legitima defesa


É mais forte que eu
Mas essa palmada doeu
Vê se te metes a pau
É que eu quando quero também sei ser mau

Mulher que doa
Seu coração assim à toa
Trazes algo na manga
Já sei o que tu queres é minha calça de ganga
Nisto a mulher se exalta
Salta para cima de mim
Me dá um estalo!
E me diz
Agora sou eu que falo!
Mas o que é que eu fiz?

Agora chora no meu ombro
Oh meu deus que assombro
Uma palmada bem dada no rabinho
E eu que só queria um carinho...

Acho que não sairei daqui inteiro
Dás uma gargalhada
Achas graça?
Vamos ver quem vai chorar primeiro
Se a felicidade ou a desgraça

Mas diz-me se é preciso dar com tanta força?
Não vês que assim me matas!
Acabas comigo com uma palmada no rosto
Mas que fazer se eu gosto

É mais forte que eu
Mas essa palmada doeu
Vê se te metes a pau
É que eu quando quero também sei ser mau

E é quase a chorar
E é quase a implorar
Que eu me viro
E não te dei uma festa
Te dei um tiro na testa

E agora quem é o rei
Cansei de ser alvo
Chega de te tratar com doçura
Agora cava a tua sepultura

Pede a alguém que te ature
Não há homem que dure nas tuas garras
Há a presa que cede à tua beleza
E nem para para se soltar das amarras

Choras a baba e ranho
Perguntas porque te trato mal
Eu respondo que não estou habituado a seguir o rebanho
Isto chama-se amor-próprio
Pois eu não nasci num curral
Não sou igual aos demais
Tenho o meu orgulho
Então toma e embrulha


Qual de nós dois?


És tu que cais
Cansei de ser bobo
És tu que cais
E sou eu que assisto de perto ao teu tombo

Juntamente com a patrulha militar`!

Tenho sentido de justiça
Não gosto de ver casais à bulha
Mas neste caso essa mulher é que me atiça
E eu não sou de ferro
Se for preciso lhe darei um berro
Não me posso ficar
Também tenho de a picar


É mais forte que eu
Mas essa palmada doeu
Vê se te metes a pau
É que eu quando quero também sei ser mau



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