segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Coração frágil


Eu desperto
Logo me deito
Sem ti por perto.
Se dá no meu coração um enorme aperto!
Eu me dirijo à janela
E fico por horas a vaguear na esperança de ver ela
Quem sabe, a pairar no meu olhar
Eu desperto
Eu me deito
Mais uma vez boquiaberto
Por não fazer dessa mulher, um único proveito
Eu quase nunca saio á rua
E quando saio é a minha cabeça que fica no mundo da lua
Vou ao mercado especialmente para comprar fruta e um quilo de truta
É nesse instante que acabo cercado por um olhar que me deixa inconstante
E mais um pouco com falta de ar
Chego a casa já com a pinga
Então não é que na peixaria se encontrava uma brasa e eu fugi dela com o rabo á seringa?!
Nesse mesmo instante
Bato com toda a força na estante
E fico com nódoa negra no peito
Parece que ainda não é desta que lhe apanho o jeito
Vou á janela e deparo-me com uma piscadela da sua autoria
Então eu retribuo com uma deliciosa iguaria
Um par de cigarros que comprei na tabacaria do senhor barros
Como forma de retribuição ela aceitou subir
E o meu entusiasmo foi tanto que meu peito ainda em convalescença e dada tamanha licença
Acabou de um triste jeito, por sucumbir

Nenhum comentário:

Postar um comentário