sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Conta!


Oh mulher do meu peito
Conta o que falaram a meu respeito
Mesmo que seja pelos piores motivos
Conta de qualquer jeito!
Que eu vou estar aqui só para ti
Como quem diz
Essa noite sou todo de ouvidos
Conta o que te deixou tão infeliz
Que eu também prometo
Contar todos os meus segredos
Além do mais vivemos debaixo do mesmo tecto
Até hoje partilhámos todos os nossos medos
Mas conta!
Mesmo que isso machuque o meu coração
Mas conta!
Hoje até temos o serão só para nós dois
O amor...
Esse vem depois
Agora eu mereço mais que tudo
Uma explicação da tua boca
Conta o que te deixou tão louca
Ao ponto de entrares pelo meu quarto aos berros
Não vês que assim assustas os nossos bezerros?
Mas conta para mim
O que te deixou assim
Com dúvidas da minha pessoa
Conta quem foi
Um sujeito que não suporta a nossa relação?
Um chunga que quer a qualquer custo chamar a atenção?
Porque se eu te dou cafuné
Tu desvias o assunto
Perguntas se eu quero café
Eu pergunto
Que se passa mulher?
Já nem te estou a reconhecer.
Por favor conta só!
Porque te recusas a dar o nó?
Eu só peço por uma última vez
Se por algum motivo
Um certo fugitivo tomar este pobre papoite de ponta
Por favor me conta!
Eu só peço 
Se mais algum fugitivo 
Tomar este pobre papoite de ponta
Por favor me conta!
Que eu quero saber
Quem anda a falar mal de mim 
Eu só peço 
Se mais algum fugitivo
Por algum motivo tiver a infelicidade 
De tomar este pobre papoite de ponta
Por favor me conta!
Que eu preciso saber
O quanto ele andou a receber
Tudo só para manter o silêncio
Porque de certeza que ele foi bem pago
Eu também não o vou condenar
Até, eu
Frente de uma mboa tão boa, fico com falta de ar
Mas ainda assim conta
Quanto vou eu ter de penar
Por um crime que não cometi
Mas ainda assim me conta!
A quem foi que eu andei a acenar
Se no fundo eu só tenho olhos para ti
Mas ainda assim conta!
Quanto vou eu ter de penar
Só para receber um sentido perdão da tua parte
Por favor me conta!
Além do mais tu estás sempre pronta
E eu com imensa curiosidade
Sei que a tal matou o gato
Mas eu preciso saber
Quando foi a última vez
Que para contigo fui ingrato
Conta mesmo sabendo que da tua boca não vai sair uma única verdade
Conta pois eu preciso saber se sou ou não culpado
Só tu me podes contar
Que eu também vou estar a contar ser ilibado


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