sábado, 26 de dezembro de 2015

Em outra vida



Estava ali ele, face enrugada, olhar cansado
Pensativo no banco daquela esquina sentado
Crianças jogando à bola se aproximam
É um solitário, um vagabundo
Pena de quem o colocou neste mundo
Mas não! Um senhor que ficara preso no tempo
Os seus passatempos e as suas memórias foram apagados
As lembranças a sete chaves fechadas
Nem sentimento nem emoção
Nem um lamento nem coração
Seu coração tinha sido trancado há anos
O embate com a vida lhe causara graves danos
Apenas ali sentado naquele banco 
Sem sinal de avanço de um gesto
Na esperança que o tempo parasse 
E as feridas do seu coração sarassem


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